Sabemos que a eletricidade foi um dos fenômenos mais revolucionários de todos os tempos. Hoje a eletricidade é indispensável, e a cada dia surge uma nova possibilidade através deste fenômeno que já se tornou essencial à vida humana. Qualquer profissional da área sabe o quanto é importante a segurança quando se fala em eletricidade, ao realizar alguma instalação ou manutenção, além de assegurar o funcionamento seguro e adequado da instalação ou máquina a qual ele esteja fazendo manutenção, é importantíssimo assegurar a sua própria segurança e a segurança das pessoas que usam ou frequentam as instalações pelas quais ele é responsável. E para tornar obrigatório algumas medidas para proteção segurança das pessoas e instalações que surgiram as normas técnicas. A ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) especifica entre outros medidas para que as instalações elétricas sejam seguras e funcionem da melhor maneira possível.
Uma destas medidas para proteção da instalação e das pessoas que frequentam a instalação é o aterramento. O aterramento elétrico é uma das formas mais seguras de interferência na corrente elétrica para proteger e garantir o bom funcionamento da instalação elétrica, além de atender as exigências das normas para instalações elétricas. Antes de falarmos propriamente de aterramento, precisamos entender alguns pontos.
A concessionária de distribuição elétrica fornece basicamente dois fios de energia: neutro e fase. Estes fios podem ser identificados na superfície dos mesmos ou por cores. O neutro possui o potencial igual a zero e o cabo fase é o cabo por onde passa a tensão elétrica transmitida. Porém esta ligação não é perfeita, porque existem variações de tensão elétrica.
Provavelmente o nível de tensão da sua residência é de 110 V ou 127 V. A diferença de potencial entre os cabos gera a corrente elétrica, por exemplo, o cabo neutro com 0 V e o cabo fase com 127 V, a diferença de potencial (tensão) entre eles é de 127 V, em um ponto onde haja esta diferença de potencial é possível fazer circular uma corrente elétrica. Porém o exemplo citado nem sempre é verídico, pois podem existir “sujeiras”, causadas pela fuga de energia em aparelhos elétricos e eletrônicos.
Essa fuga fica na superfície dos equipamentos elétricos ou eletrônicos, pode ocorrer devido defeito, falhas ou mesmo sobre certas características individuais dos aparelhos. Ao encostar-se nesta superfície estamos sujeitos a levar um choque elétrico, de intensidade variável. Quanto mais componentes eletrônicos o equipamento tiver, maior a intensidade e frequência desta fuga de energia, como em computadores.
O choque acontece porque existe uma diferença de potencial entre a pessoa que encosta neste equipamento e o equipamento. Assim como a diferença de potencial nos cabos, mas neste caso a pessoa sofre um choque elétrico. Mas se ao invés de uma pessoa, um aparelho elétrico com diferença de potencial a encostar-se em um aparelho com fuga de energia, pode ocasionar em danos a este aparelho, por menor que seja, os componentes mais sensíveis podem ser danificados.
Segundo a ABNT, aterramento elétrico significa colocar instalações e equipamentos no mesmo potencial, de modo que a diferença de potencial entre a terra e o equipamento seja o menor possível. O terra é o conector com diferença de potencial igual a zero, a diferença entre ele e o neutro é que ele não altera o seu valor por meio de ”sujeiras”, pelo contrário, por meio do terra estas sujeiras são eliminadas, o que não permite que fugas de energia fiquem na superfície de aparelhos elétricos. Essas sujeiras são eliminadas para terra, daí o nome.
Como já dito, fazer o aterramento é obedecer a normas de segurança ditas pela ABNT, além de garantir o funcionamento adequado da instalação e a segurança quanto a fenômenos que possam comprometer o funcionamento adequado dos equipamentos. Podemos pontuar alguns dos principais objetivos
Como já explicado, essa corrente de fuga que fica na superfície dos equipamentos pode ser transmitida para o corpo da pessoa que encostar neste aparelho. A intensidade deste choque pode não ser tão grave, mas muitas das consequências de se submeter ao choque elétrico não estão ligadas a intensidade do choque, mas a fatores externos. Por isso o melhor é evitar este contato com a energia.
Imagine um equipamento com fuga de energia que não esteja em um sistema de aterramento, logo, a maneira a qual esta fuga de energia será eliminada do equipamento será quando uma pessoa encosta-se a este equipamento. Mas se este equipamento estiver ligado a um sistema de aterramento, esse excesso de energia será levado pelo cabo terra, e caso este excesso seja prejudicial ao funcionamento da instalação, os dispositivos de segurança (disjuntores, fusíveis, etc.) vão entrar em ação, interrompendo o funcionamento, por exemplo.
A permanência destas cargas eletrostáticas na superfície do equipamento coloca em risco o desempenho do mesmo, pois componentes sensíveis podem ser prejudicados. Cargas eletrostáticas são formadas a todo tempo por atrito, por exemplo.